Comentário publicado no fórum veiculos-eletricos@googlegroups.com Em 22 de abr de 2016, à(s) 10:13,
(Comentário) Kepler eu já li o seu blog mas esses cálculos é que não são tão claros pra mim. O que eu entendi do rebobinamento é que tem o objetivo de baixar a tensão e aumentar a corrente e fazer o motor ter as mesmas características originais em uma voltagem menor
(KEPLER==> Se você tiver um controlador Curtis de 96v, já pode utilizar o seu motor com o Curtis. Até aqui fala o site do Ivan Garage.)
(Comentário) e depois, com um inversor, usar uma tensão maior pra conseguir fazer o motor girar em rotações maiores. Isso usando do controle escalar V/F.
(KEPLER==> Esta técnica de aumentar a rotação final para se aumentar a velocidade de cruzeiro numa viagem é de um fórum da Austrália. Lá eles não rebobinam igual ao Ivan garagem. Na austrália eles apenas religam as ligações em série e paralelo das bobinas dentro do motor, com isso, abaixar a tensão pela metade é relativamente fácil. Lá eles usam inversor industrial com um motor de 20cv, 4 polos, apenas religando as bobinas e abaixando pela metade a tensão para 109v, conseque-se o dobro da rotação nominal. Com 3600rpm já dá uma velocidade cruzeiro melhor do que 1800rpm.
(Comentário) Assim um motor de 20cv, 220v, “8kgfm", 4 polos e 1800rpm poderia funcionar em, digamos, 48v, ter 4,5 x corrente nominal e continuar fornecendo "8kgfm" e girar a 1800rpm teóricos. Porém a tensão usada ainda seria 220v
(KEPLER==> Não sei se entendi direito, mas não vou jogar 220v em cima do motor. Apesar de ter que alimentar o inversor com 220 posso limitar a tensão em apenas 96v e rodar até 3600rpm. Com um inversor, você estipula a tensão máxima de trabalho sobre o motor. Na verdade quando se ajusta os parâmetros do inversor, um monte de informações devem ser preenchidas e uma delas é a tensão máxima de trabalho.
Então a rotação máxima na verdade é a tensão o que faria o motor girar 4,5 vezes mais chegando a 8100rpm.
(KEPLER==> Operando com um banco de 220v, na verdade o mínimo é 250vcc, pode-se chegar até a 220v sobre o motor e em teoria ele giraria 4,5 vezes mais rápido. Mas ele tem que ser balanceado pra girar 8100rpm. A Siemens garante que seus rotores estão balanceados para serem usados em até o dobro da rotação nominal. Num 2 polos seria até 7200rpm. Se pegarmos um motor de 2 polos da Siemens e enrolarmos pra 4 polos teremos um motor com rotor garantido pela Siemens que ele roda até a 7200rpm. Você entendeu que não tem mágica. Se quiser aumentar a potência mecânica, tenho que gira-lo em 8100rpm).
(Comentário) Ou seja, daria pra usar a primeira marcha até uma velocidade muito mais alta.
(KEPLER==> Um motor que gira de 0 até 8100rpm sem trocar de marcha é ótimo. Infelizmente nem tudo é perfeito. Para se ter a potência mecânica, o motor tem que está girando em 8100rpm, mas estando o motor acoplado numa caixa mecânica, o motor não vai conseguir subir o giro pra 8100rpm, pois existe uma coisa chamada momento de inércia. O momento de inércia é o tempo que um equipamento leva pra se movimentar por conta própria, no motor seria o tempo que ele leva pra começar a rodar desde o momento em que foi aplicado energia nele. Este valor é fornecido pelo fabricante e é usado pra se verificar se o motor vai conseguir partir uma carga industrial e conseguir girar rápido o suficiente para que a corrente de partida não o queime. Então podemos imaginar que um motor com uma carga muito pesada em seu eixo, vai ter dificuldade em girar. Um motor trifásico de 10cv acoplado em caixa mecânica não vai conseguir ter ganho em potência com aumento de giro pois o motor esta mecanicamente acoplado a estrutura do veiculo, considere uma massa bem pesada acoplada num motor que precisa girar 8100rpm (não esqueça o momento de inércia). Impossível num câmbio mecânico. Mas é possível num câmbio hidráulico. No cambio hidráulico existe o conversor de torque. Este conversor de torque permite que o motor gire muito rápido antes que o óleo hidráulico acople o motor a caixa. É só nesta situação que vejo a possibilidade de aumento de potência com o aumento de rotação.
(Comentário) a carga bem A corrente seria limitada pela indutância que é proporcional a frequência.
KEPLER==> Sim é verdade. Existem limitações para este aumento de frequência. Não sei qual a rotação máxima que poderei rodar, mas o dobro da rotação eu já fiz na bancada. Foi suficiente que eu apenas reconfigurasse as ligações das bobinas internamente no motor. Não precisei rebobinar o motor pra isso.
(Comentário) Outra coisa é o fluxo magnético que tem que ser mantido para se ter o mesmo torque e que tem a ver com a quantidade de espiras e a área do fio. Sendo assim, se dobrar a bitola fatalmente teria que reduzir pela metade a quantidade de espiras até por uma questão de espaço. Senão não cabe tudo da ranhura. Com o dobro da área do fio e metade das espiras teremos um motor com metade da tensão e o dobro da corrente e ainda assim o mesmo torque. No seu raciocínio o torque é proporcional a corrente o que desconsidera todas as outras variáveis e me deixa confuso.
(KEPLER==> No motor ca o torque é proporcional ao escorregamento entre o rotor e o campo girante. A corrente é proporcional ao torque é claro, mas é o escorregamento que determina a corrente. Dependendo do fator de serviço pode-se ter um aumento de torque sem ter aumento de corrente. É mais fácil usar as tabelas de curvas do motor ca pra interpretar a relação entre torque e escorregamento.
(Comentário) Resumindo, entendi que é possível tirar mais potência que é diretamente proporcional a rotação que o motor atinge e ao torque que o motor é capaz de dar. Estou tentando juntar as formulas pra fazer isso tudo ganhar sentido antes de sair enrolando motor sem direcionamento. Puro empirismo. Se eu tiver uma base teórica bem formada será possível projetar um motor de acordo com o carro onde ele vai ficar. Enquanto isso eu seguiria o que fez o Ivan lá do site. Só pra ver. Enfim.
(KEPLER==>) Eu também estou seguindo o site do Ivan. Tá muito bem explicado lá. Inclusive o diagrama de rebobinamento que usarei é o dele. Mas o Ivan usa um inversor de 96v da Curtis, e eu não tenho um. O Ivan precisa ajustar o enrolamento dele para a tensão de trabalho do Curtis que é de 96v. Então ele enrola e desenrola algumas vezes até conseguir o torque e a rotação que ele considera ideal. Vou usar um inversor industrial fico com uma certa liberdade pra escolher a tensão. Mas acredito que abaixar a tensão 3 vezes (rebobinando dividindo o número de espiras por 3) e dobrar a rotação dobrando a tensão nominal não seja uma tarefa muito difícil de conseguir pra começar.
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